Comprar um château com vinhedo em Bordeaux, no sul da França, custa menos que uma mansão no Lago Sul ou uma cobertura na Asa Norte, ou até mesmo no Sudoeste, com vista para o Setor de Indústrias Gráficas (SIG).
O real valorizado e o fato de a Europa ainda não ter se recuperado da crise financeira que abalou os bolsos dos cidadãos da Zona do Euro fazem com que franceses, italianos, espanhóis e até mesmo portugueses se desfaçam de suas casas de veraneio, abrindo uma oportunidade para os brasileiros mais abastados.
Ao mesmo tempo em que a corretora de imóveis paulista Coelho da Fonseca acaba de fechar a venda de um château na França por 1,8 milhão de euros (R$ 4,4 milhões), ela anuncia a venda, em Brasília, de uma mansão com pouco mais de 800 metros quadrados, cinco quartos e três suítes por R$ 5,8 milhões, à vista. A Construtora Paulo Octavio tem dois prédios em construção na capital federal com coberturas que não saem por menos de R$ 5 milhões. No Sudoeste, uma cobertura duplex de 394 metros quadrados de área útil custa R$ 5,1 milhões — no prédio, resta apenas uma, a ser entregue em dezembro.
Outra cobertura com 448,75 metros quadrados, esta na Asa Norte, sai por R$ 5,6 milhões. Dos 30 apartamentos disponíveis do conjunto lançado em março, metade já foi comercializada. "O mercado de Brasília é bastante aquecido, não apenas para compras no exterior. Aqui, não podemos reclamar, porque, devido à segurança, a procura por apartamentos é crescente e há limitação de oferta, especialmente no Plano Piloto", destacou Ricardo Almeida das Neves, corretor da Paulo Octavio.
Estilo de vida
A maioria dos novos proprietários de imóveis em paisagens idílicas é descendente de europeus e busca um estilo de vida que, até há pouco tempo, estava muito longe do alcance dos brasileiros. "O imóvel hoje está mais barato lá fora do que aqui. Sai mais em conta comprar uma vila na Toscana, na Itália, com pomar com oliveiras, do que uma mansão nos Jardins, em São Paulo, ou um apartamento de luxo em Ipanema ou no Leblon, no Rio de Janeiro", observou Celso Pinto, diretor da filial brasileira da Sotheby"s.
Uma mansão de 640 metros quadrados nos Jardins, área nobre na Zona Sul de São Paulo, por exemplo, não sai por menos de R$ 4 milhões. Um apartamento com a mesma área no Leblon, na rua Delfim Moreira, custa a bagatela de R$ 22 milhões. "Comprar um imóvel desses na Europa é um desejo de clientes brasileiros descendentes de imigrantes europeus. Eles querem um outro estilo de vida, seja em Paris, Madri ou Roma. É o efeito da queda do preço dos imóveis e da valorização do real", destacou.
Em busca do segundo ou do terceiro imóvel, os brasileiros têm ajudado a recuperar o mercado residencial de Miami, nos Estados Unidos, onde a média de desvalorização dos imóveis foi de 50% após a crise financeira global. No ano passado, eles foram responsáveis por 25% das vendas do balneário da Flórida. "Neste ano, esse percentual já saltou para 45% nas minhas vendas", informou Fabiana Pimenta, corretora da Fortune International Realty, uma das maiores imobiliárias de Miami.
Discrepância
Agora, os brasileiros também começam a se interessar por imóveis europeus, mas de padrões diferentes, antes impossível para quem ganha em reais. "Os preços dos imóveis deram uma acomodada tanto nos Estados Unidos quanto na Europa e, hoje, o brasileiro tem dinheiro e compra cada vez mais no exterior", comentou o diretor-geral de vendas da Coelho da Fonseca, Fernando Sita. A seu ver, Paris e Nova York são cidades que também têm despertado o interesse de brasileiros no exterior.
O diretor da Sotheby"s destaca que o preço do metro quadrado de um apartamento de frente para o mar em Miami, na Flórida, em torno de R$ 6 mil, é menos da metade do que é cobrado no Noroeste, em Brasília (R$ 13 mil, em média), ou mesmo em um condomínio fechado na Riviera de São Lourenço, no litoral norte de São Paulo — cerca de R$ 15 mil. A Sotheby"s também está de olho no cliente de Brasília. A multinacional planeja montar um escritório na capital federal. "Vamos abrir nossa nova filial no segundo semestre e ela estará voltada para vender imóveis no exterior", antecipou Celso Pinto.
Fonte: Planejamento
Se isso não for indício de bolha, eu não sei mais o que é!
ResponderExcluirindício de bolha imobiliária e de desvio de verba pública não é?! acho que nossa política não rouba o suficiente para ter um alto estilo de vida mas para matar de fato o povo brasileiro.
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