quarta-feira, 11 de abril de 2012

Capital Economics: Bolha Imobiliária vai desinflar lentamente no Brasil

No Brasil, a combinação de anos de estabilidade econômica, renda em ascensão e inflação sob controle levou às alturas o preço dos imóveis, que agora estão supervalorizados em até 50%, disse o grupo de consultores Capital Economics, num relatório de análise divulgado na quarta-feira.

Bolha Imobiliária - Rio de Janeiro

"Há várias razões pelas quais esperaríamos ver um aumento acentuado no preço dos imóveis no Brasil nos últimos cinco anos. Mas mesmo assim é difícil justificar a magnitude do recente salto nos preços. Do jeito que as coisas estão, estimamos que o mercado esteja supervalorizado em até 50%", disse a Capital Economics.


O preço dos imóveis subiu 23,6% no ano passado, de acordo com a Fipe.

A taxa de desemprego média no país caiu de 6,7% em 2010 para uma baixa recorde de 6,0% em 2011, enquanto o salário médio mensal aumentou de R$ 1.582,50 (US$ 888) em 2010 para R$ 1.625,46 (US$ 888). A taxa básica de juros, que tem estado alta, enfraquecendo o mercado de financiamento imobiliário, está agora perto de um mínimo histórico, em 9,75%, e o Banco Central está prometendo fazer pelo menos mais um corte no final do mês. Cerca de 60% das compras de imóveis envolvem financiamento.

Bolha Imobiliária - São Paulo

Além disso, os bancos brasileiros estão voltando seu foco para o mercado de financiamento imobiliário. Atualmente, os financiamentos pendentes equivalem a apenas 4,8% do PIB; os analistas preveem um aumento para 10% até 2014.

De acordo com a Capital Economics, desde 2008 os preços dos imóveis residenciais nas duas maiores cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, aumentaram 140%.

"No entanto, é difícil escapar da conclusão de que o boom imobiliário do Brasil foi longe demais. É certo que na ausência de uma medida objetiva do 'valor justo', chegar a uma conclusão assim é mais uma arte que uma ciência. Mas nossa análise sugere que os preços dos imóveis aumentaram de maneira desproporcional ao aumento da renda familiar e à proliferação dos financiamentos imobiliários. Como resultado, a moradia no Brasil agora parece cara, tanto em relação à renda mensal quanto ao aluguel, assim como aos imóveis em outros mercados emergentes", diz o relatório.

Bolha Imobiliária - Rio de Janeiro

Apesar do boom dos preços de imóveis, o relatório prevê que os preços vão se desacelerar lentamente.

"Daqui para o futuro, a capacidade do Brasil de gerar taxas relativamente altas de aumento na renda nominal deve tornar mais fácil para a bolha imobiliária se desinflar lentamente, por meio de um ajuste nos preços reais — em contraste com o forte ajuste dos preços nominais visto recentemente em partes do mundo desenvolvido", diz o relatório.

Bolha Imobiliária - Brasília

"Mas se a economia se desacelerar, ou for atingida por um choque externo, tal como uma queda grande e prolongada nos preços das commodities, então a probabilidade de um ajuste maior do mercado imobiliário vai sem dúvida aumentar. Felizmente, seja qual for o resultado, os bancos brasileiros parecem relativamente bem posicionados para suportar a tempestade."

Fonte: The Wall Street Journal

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: comentários que contenham palavras de baixo calão (palavrões) ou conteúdo ofensivo, racista, homofóbico ou de teor neonazista ou fascista (e outras aberrações do tipo) serão apagados sem prévio aviso.

alert('Olá prazer em conhecê-lo!'); alert('Olá ' + comment.authorUrl + ', prazer em conhecê-lo!');