O Brasil não está em uma bolha imobiliária e passa por mudança estrutural no mercado de imóveis, na avaliação do pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) Paulo Picchetti. Para ele, a transformação pela qual o país passa está baseada no crescimento da renda da população, na estabilidade do mercado de trabalho e na manutenção do nível de inadimplência.
“Não é porque os imóveis se valorizaram fortemente nos últimos anos e hoje não se valorizam com a mesma intensidade que estamos em uma bolha imobiliária. É preciso lembrar que o mercado imobiliário brasileiro ficou por muitos anos estagnado”, disse Picchetti, que participou de evento promovido pela FGV.
Em sua avaliação, a mudança estrutural também passa pela forma como os brasileiros enxergam os imóveis, ativos que agora são vistos como poupança. “Esse processo tem semelhanças com o que foi observado nos Estados Unidos. Só que os americanos têm uma tradição muito maior em fazer poupança com imóveis.”
De acordo com Picchetti, o Brasil atualmente não corre risco de sofrer os efeitos de uma bolha imobiliária, como ocorreu nos Estados Unidos em 2008, já que no país o crédito é “mais seletivo”, a alavancagem é menor e não existem mecanismos tão sofisticados para a negociação de imóveis.
Picchetti enxerga o déficit habitacional existente no país como uma ferramenta para apoiar o crescimento do mercado imobiliário, mesmo que a taxas mais baixas que no passado recente. Além disso, ele acrescenta que eventos como Copa do Mundo e Olimpíada são outros fatores que poderão sustentar avanços no setor nos próximos anos.
Fonte: Valor Econômico
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