domingo, 1 de julho de 2012

Ricardo Amorim refuta Bolha Imobiliária e estima que preços podem subir ainda mais

O economista Ricardo Amorim, aquele do Manhattan Connection, concedeu uma entrevista em Manaus onde declara que o momento é adequado para investir em imóveis, apesar dos elevados preços; argumenta que os preços - especialmente no segmento de alto padrão; e considera que o consumidor que esperar para comprar no futuro poderá ter uma má surpresa.

Bolha Imobiliária no Brasil: ficção

Entretanto, é importante considerar que, como qualquer investimento, a aquisição de imóveis pensando em futura venda ou aluguel também tem sua carga de risco. Embora a valorização seja quase certa, nada garante de quanto será. Outra questão é a liquidez. Uma coisa é ter o apartamento bem avaliado, outra é encontrar um comprador disposto a pagar o valor da avaliação. Segue a entrevista:

Com os preços em elevação, o momento não é complicado para a compra de imóveis?

Baseado na forte elevação dos preços dos imóveis no Brasil nos últimos anos, muitos concluem que os preços estão altos. No entanto, ao contrário do que a maioria acredita, os preços no Brasil não são mais altos do que na maior parte do mundo, pelo contrário. Nenhuma cidade brasileira está entre as 50 com preços de imóveis mais elevados.

Quem quer comprar para investir não fará melhor se deixar para comprar mais tarde, quando os juros caírem mais?

Pelo contrário. À medida que o custo de financiamento baixa, mais gente resolve comprar imóveis e mais os preços sobem com o aumento da demanda. Aliás, é isto que vem acontecendo desde 2004, impulsionando o preço dos imóveis. É provável que quem preferir esperar até consiga, efetivamente, pagar juros mais baixos, mas a alta do preço dos próprios imóveis deve acabar deixando a conta mais salgada, mesmo com juros menores.

Que outros motivos fizeram os preços subirem tanto no Brasil nos últimos anos?

Os preços eram absurdamente baixos em comparação com o resto do mundo devido à quase total falta de crédito no País, que limitava muito a procura por imóveis. À medida que o crédito começou a se expandir e as taxas de juros a cair, a procura aumentou e os preços subiram.

A alta chegou ao seu limite ou deve continuar nos próximos meses?

O ponto é que o total de crédito imobiliário no Brasil é de apenas 5% do PIB brasileiro, comparado com mais de 90% do PIB nos EUA e números similares na Europa e no Japão. Isto indica que o potencial para expansão do crédito imobiliário e, por consequência, de preços ainda é significativo no Brasil.

O mercado continua aquecido no segmento AA?

Neste segmento, é possível que se repita um fenômeno que foi importante no final de 2008 e ao longo de 2009, quando muitos investidores, preocupados com potenciais impactos da crise financeira global em seus ativos financeiros, aumentaram investimentos em imóveis, elevando, em particular, o preço de imóveis de alto padrão que, por terem valores mais elevados, funcionam melhor para receberem investimentos significativos rapidamente. Se a crise europeia e seus efeitos negativos em todo o mundo, inclusive no Brasil, piorarem, como acredito que acontecerá, é possível que este fenômeno se repita, favorecendo este segmento do mercado imobiliário.

3 comentários:

  1. While charming and attractive, the argument that "crédito imobiliário no Brasil é de apenas 5% do PIB brasileiro" fails to consider the folowing:

    1)Interest rates in Brazil are much higher than the developed economies mentioned in the article.
    2) Borrower income is much lower
    3) Therefore affordability is much lower.

    Another weakness in the argument is that the calculation excludes the riskiest type of credit in Brazil. It is the one that is outside the control of the financial system regulated by Bacen, which is "financiamento directo com a construtora". When that number is included the 5% of GDP becomes a higher (and riskier) number.

    Finally, there is no evidence that the size of credit itself proves nor disproves a real estate bubble. What matters is how fast it grows and how affordable it is.

    A more relevant argument would be to discuss how long it took to grow from nothing to 5% of GDP. What also matters is how affordable that credit is given the high levels of delinquencies and the low income compared to other countries.

    Having said all that, real estate is a good investment, but the arguments used to deny the bubble here are weak.

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  2. Ricardo Amorim é um vendido está no bolso de políticos e contrato com a rede Globo.

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  3. E os preços já estão caindo, também com tanta devolução das pessoas que não podem pagar.
    Tem também os investidores sardinhas.
    Aqui perto de casa tinha um ap por 400k, foi para 380k, depois 340k e ele já está por 320k.O corretor sempre me liga e nós dizemos --------> Não.
    E ele está visivelmente desesperado.

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