sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Da série: where is the bubble? Mercado imobiliário reaquece em setembro em São Paulo

As vendas de imóveis residenciais novos, na cidade de São Paulo, apresentaram forte recuperação em setembro, mas, no acumulado do ano, o desempenho segue abaixo do observado em 2011.


De acordo com a Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP), 3,674 mil unidades novas foram vendidas no mês, na capital paulista. O número representou alta de 97,5% em relação a agosto, na série sem ajuste sazonal, e elevação de 13,5% na comparação a setembro do ano passado.

Entre janeiro e setembro, foram vendidas 19,204 mil unidades na cidade, uma queda de 3,4% sobre o mesmo intervalo do ano passado. Em agosto, contudo, o índice acumulado apresentava recuo maior, de 6,6%.

Em valores atualizados pelo INCC-DI (Índice Nacional de Custo da Construção da FGV), foram negociados R$ 1,34 bilhão em setembro. O valor geral de vendas (VGV) foi 37,1% maior que o mês anterior, mas representou queda de 16,4% ante o observado em setembro de 2011.

Os lançamentos apresentaram movimento semelhante ao das vendas. Somaram 3,805 mil imóveis em setembro, um aumento de 83% em relação a agosto e alta de 37,7% na comparação anual.

No acumulado do ano, foram lançadas 16,482 mil unidades, um recuo de 29,3% ante os mesmos nove meses em 2011. Em agosto, essa comparação apontava queda de 38,3% ante os oito primeiros meses do ano passado.

A leitura do Secovi-SP é que o mercado imobiliário apresentou um cenário mais negativo em 2012 e que, para o ano que vem, o mais provável é que ocorra uma recuperação. A entidade acredita que este ano foi prejudicado pelo cenário macroeconômico mundial e pelas dificuldades em se licenciar empreendimentos.

“Nossa expectativa é a de que esses e outros gargalos, se não eliminados, pelo menos sejam reduzidos, a fim de possamos trabalhar para continuar atendendo a demanda por habitação”, disse em nota Emílio Kallas, presidente em exercício do Secovi-SP.

Fonte: Valor Econômico

13 comentários:

  1. No acumulado do ano, foram lançadas 16,482 mil unidades, um recuo de 29,3% ante os mesmos nove meses em 2011.

    Mercado recuperando? Recuo de 30% em relação a 2011? Pois é, o mercado está bombando.

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    1. Recuo nos lançamentos em 2012 está previsto desde começo de 2011, pois as empresas passaram a buscar rentabilidade.
      E só não está vendendo mais em 2012 pois teve recuo nos lançamentos. Agora, observe que 2012 tende a terminar com a mesma quantidade de vendas com lançamentos 30% menores.
      E, outra, como eu venho alertando neste blog desde o começo de 2012, o final de 2012 está apontando para uma recuperação do mercado.

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  2. Náo tenho visto aumento das vendas, tenho visto aumento da oferta e aumento do assédio dos corretores, já que está tudo encalhado no mercado.

    Acharam muita gente que comprou na planta e pagou mensalidades de R$ 1.500, mas agora está difícil achar gente que tenha renda o suficiente para financiar R$ 500.000 no banco.

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  3. E nem tem estoque: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/imoveis/78533-conheca-10-bairros-campeoes-em-estoque.shtml

    Essa reportagem é como o dono de boiada dizendo que o gado não está doente...quando está.

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    1. A fonte da matéria da Tia Kassia é o SECOVI, portanto, desconsidere

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  4. Acho que o que muito está se confundindo sobre a existência de bolha é o entendimento do conceito do que é uma bolha genérica. Bolha de alguma coisa está associado a inflação de preços artificiais e insustentáveis por conta de um catalisador.

    No mundo contemporâneo o quase que exclusivo catalisador das bolhas é o crédito. Mas há outros catalisadores: prenúncio de guerra que não se concretiza, mudança brusca de preferências dos consumidores com posterior saciedade e enjôo (eu lembro da época dos "tamagotchis" era um absurdo de caro, tipo 80 reais em reais de 1998 o que daria uns 140 reais em reais de 2012, hj em dia nem existe mais, mas uns 3 anos atrás eu os vi no mercado novamente tipo numa tentativa de ressucitá-los totalmente frustrada, não custavam nem 3 reais). Não lembro agora de outros catalisadores, mas há.

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  5. Enfim, a primeira fase do aumento de preços no Brasil foi sim um deslocamento na curva de demanda de imóveis para a direita. Aumenta-se a renda, desloca-se a demanda agregada para um patamar de preços mais elevados, o preço de equilíbrio, consequenemente, aumenta. A produtividade do trabalho e do capital não aumentou (embora tenha havido um pequeno ganho de produtividade via tecnologia), com isso, a curva de oferta NÃO se deslocou.

    Por outro lado, um componente exógeno entrou no modelo: a fartura de crédito (tanto via volume, quanto diminuição das taxas de juros). Isso fez a curva de demanda agregada se deslocar mais duas vezes para a direita. Elevando mais ainda os preços.

    Sendo que esse excesso de crédito que paga os imóveis volta pra economia em forma de gasto (brasileiro não poupa, seja rico ou seja pobre) retroalimentando a demanda agregada via consumo, e não via investimento. A oferta agregada permanece fixa, com isso, os preços aumentam novamente. Só que o aumento é generalizado, com isso, a inflação acaba equiparando os níveis de preços de todos os itens.

    Não há uma bolha imobiliária no Brasil, há um descasamento entre as taxas de variações dos diversos créditos, que estão criando inflações isoladas. A inflação dos imóveis é a mais sem noção. A taxa de crescimento do crédito voltado para imóveis foi, repetindo uma palavra que aprendi aqui, paucifrênica, nos últimos anos. Superior à taxa de variação do crédito em geral.

    No entanto, tem se arrefecido recentemente, log, os preços dos imóveis continuarão subindo? Somente se o ritmo da taxa de crescimento de todos os demais créditos forem inferiores à taxa de crescimento do crédito imobiliário.

    No entanto, os demais créditos não parecem ter muitos limites para continuarem crescendo. Porque para pessoas físicas, cada vez mais há produtos que são os bancos comprando dívidas que as pessoas têm com outros bancos. O limite será a inadimplência generalizada. Com a rolagem da dívida as pessoas vão mantendo o nível de consumo elevado, para uma oferta agregada que não aumenta, os preços da economia vão aumentar generalizadamente.

    Entretanto, o crédito imobiliário encontra uma barreira, a RENDA das pessoas. Isso é condição indispensável para obtenção do mesmo. Ela não tem variado na mesma taxa que a taxa de concessão de créditos imobiliários, portanto, algum momento vai encontrar limites.

    Com a taxa de crescimento de crédito geral aumentando, e do crédito imobiliário no mesmo nível, ou aumentando menos que do crédito geral, os preços de toda a economia vão crescer mais rápido que o crescimento dos preços dos imóveis. Isso significa o que? Queda de preço real dos imóveis.

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  6. As duas únicas formas de assegurar o crescimento indefinido de preços dos imóveis no futuro são:

    -Aumentar indefinidamente a taxa de crescimento do crédito imobiliário acima dos demais créditos da economia e o da renda (pq renda não é usada só pra comprar imóvel, mas tb pq exerce pressão sobre os preços gerais da economia via consumo).

    -Aumentar o Investimento em todos os segmentos da economia, exceto o imobiliário. Isso fará com que o preço dos demais setores permaneçam estáveis, a renda das pessoas aumentará com maior produção, e com isso elas consumirão mais imóveis sem aumento da oferta de imóveis, ou seja, gerando aumento de preços nesse bem.

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  7. E vai subir ainda mais! Só não sei se vai vender.

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    1. Aí eu concordo contigo. A bolha que está se criando não é uma bolha oriunda de crédito, mas sim de expectativas de que o preço continue subindo (pelo ponto de vista do proprietário).

      Enfim, com aceleração de concessão de crédito, necessariamente o preço nominal subirá. Mas são outras componentes que vão decidir se o preço real vai aumentar ou diminuir.

      O preço real anunciado, atualmente está aumentando. E mesmo o preço real verdadeiro também aumentou, mas não tanto quanto o que estamos vendo sendo divulgados atualmente.

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    2. Foi umas fumaças disso que você fuma aí que entrou nas minhas narinas. rsss

      Mas, na boa, haverá queda de preços aqui no Rio sim. Haverá aumento nominal de preços não necessariamente se refletindo em aumento real de preços se tudo do jeito que está continuar em relação à crédito e renda.

      Mas tudo depende das lambanças que o governo fizer. Pelo que conheço da linha ideológica do atual governo, ele fará políticas para os não proprietários que só beneficiarão aos proprietários e ofertantes de imóveis.

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    3. E em Brasília como anda o mercado imobiliário? Setor Noroeste? Pelo assédio dos corretores de imóveis o mercado está muito ruim.

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