quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Setor de construção civil pede estímulos ao governo federal

Com o objetivo de estimular o setor da construção civil, que cresceu 2,7% no ano passado e deve se expandir cerca de 2,5% este ano, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), entidade maior do segmento no país, entregou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, no dia 9, um documento com um conjunto de propostas.


Entre elas, destacam-se a redução dos tributos federais que incidem sobre o setor, a desoneração da folha de pagamento, a elevação dos limites do programa Minha casa, minha vida e a sempre reivindicada diminuição da burocracia. Com esse último item, o mercado imobiliário, em especial, tem sofrido muito: problemas com prefeituras, cartórios, agentes financeiros, licenças ambientais são parte do calvário que as construtoras enfrentam para lançar seus empreendimentos.


Conforme o documento da CBIC, que foi fundamentado em dados de todos os estados da Federação, a burocracia tem aumentado significativamente o prazo e o ciclo de execução de uma obra. O presidente da entidade, o mineiro Paulo Safady Simão, tem afirmado que, às vezes, um empreendimento demora de 12 a 15 meses para ficar pronto, mas leva-se até três anos para entregá-lo ao usuário.

A desoneração da folha de pagamento é outra demanda do setor, que se ressente de ainda não ter sido atendido pelo governo federal nesse quesito, como já ocorreu com outros setores. No entanto, acreditamos que o pleito deverá ser atendido a curto prazo, uma vez que o Ministério da Fazenda já tem estudos nesse sentido.

Para ter ideia dos números absurdos que recaem sobre a mão de obra da construção, os encargos previdenciários e trabalhistas que incidem sobre o setor no país chegam, em média, a 130,73%. Isso sem contar os benefícios estabelecidos nas Convenções Coletivas de Trabalho, como café da manhã, cesta básica, seguro de vida em grupo, depreciação de ferramentas, entre outros. No caso de Minas Gerais, o Sinduscon-MG apurou que esse número total chega a 193,81%.

Também a redução dos tributos federais que incidem sobre a atividade construtora foi contemplada no documento. Na avaliação da CBIC, a desoneração da folha de pagamento e a redução da incidência desses tributos podem contribuir para a queda do preço dos imóveis ao consumidor.

O aumento do limite do Minha casa, minha vida 1, para as faixas 2 e 3, de R$ 85 mil para R$ 100 mil, também foi solicitado ao ministro porque ajudaria estados e municípios a fazerem complementos. O exemplo da CBIC é o do estado de São Paulo, onde esse valor está em R$ 76 mil e o governador Geraldo Alckmin já manifestou interesse em incrementá-lo em mais R$ 20 mil.

Outras reivindicações como o recolhimento à Previdência com base no faturamento, pelas construtoras enquadradas no Simples, o aumento do limite do lucro presumido, o fim da cumulatividade do PIS/Cofins, o aumento de R$ 500 mil para R$ 750 mil do valor máximo dos imóveis para financiamento pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), a maior utilização do sistema da Tabela Price para a amortização dos financiamentos para a compra da casa própria, entre outras, poderão contribuir para que o setor cresça 4,5% em 2013, e não os 2,5% até então estimados, e elevar o atual contingente de funcionários do segmento de 3,2 milhões para 3,5 milhões de trabalhadores no próximo ano, conforme a CBIC.

Jorge Luiz Oliveira Almeida - Estado de Minas - Caderno Mercado imobiliário - 18 de novembro de 2012

Fonte: CBIC

30 comentários:

  1. Parabéns pelo site !!!

    Ele é o único que eu conheço em que todos vem aqui brigar com você !!!

    Muito sucesso.

    ResponderExcluir
  2. Mas o mercado da construção civil não está bombando?
    A renda das pessoas não está subindo indefinidamente?
    Está faltando até cimento.
    Tudo que é lançado vende no dia seguinte.
    Os preços dos imóveis estão só subindo.

    Para que incentivos do governo?

    O mercado se regula.

    A oferta está baixa, pois tudo que é lançado vende, o déficit altíssimo, a renda das pessoas subindo muito, os juros baixíssimos, os contratos super favoráveis e que respeitam os consumidores. As empresas entregando tudo em dia, com material de ótima qualidade. Então o que está havendo?

    Para que incentivos?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mercado de carros tem, porque não a construção?

      Excluir
    2. O mercado de carros teve nas duas épocas em que o país passava por crise, para que ele não entrasse em (ou saísse da) crise também.
      Não preciso dizer mais nada.

      Excluir
  3. O que você que dizer com isso Tia Kassia? Acordo para realidade? Ou isso como você gosta de proferir é mais um sinal do forte aquecimento do pujante mercado imobiliário ou da leve acomodação do já não tão pujante mercado?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah, sei lá. Vi a notícia e resolvi postar. Cada um que conclua o que quiser.

      Excluir
  4. Kássia, eu havia lido seus posts anteriores mostrando que o crédito imobiliário estava subindo, os investidores retornando ao mercado imobiliário, imóveis iriam subir no mínimo 10% nos 6 primeiros meses de 2013, e estava até faltando concreto em Pernambuco!

    Agora sou surpreendido com o setor da construção civil pedindo estímulos! Com a situação tão promissora, eles estão precisando de estímulos.

    Explica, mas com educação, viu? Se precisar pode desenhar. Eu só quero entender para discutir com estes bolhotas.

    ResponderExcluir
  5. O que se pode concluir dessa notícia?

    Que se forem atendidas as reivindicações os custos da produção de moradia vão cair?

    E que se os custos de produção de um bem cai, a produção daquele bem aumenta?

    E que se a produção daquele bem aumenta, e mesmo que não aumente mas permaneça ao menos constante, a diminuição dos custos DEVERIA ser repassada aos preços?


    E que se a diminuição dos custos é repassada aos preços os preços dos imóveis podem e deveriam cair?

    Aguardo respostas, estou ansioso por suas conclusões, rss.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Conclusões erradas.
      O preço não tem nada a ver com custo.
      Preço equilibra oferta e demanda.
      Se a empresa é competente, ela produz com custo inferior ao preço, e tem lucro.
      Se as empresas querem incentivos, signfica que querem reduzir seus custos, para lucrar mais.
      A função das empresas é lucrar. Então estão certas.

      Excluir
    2. Engraçado que nos últimos anos eu não tenho visto a taxa de crescimento do pagamento de dividendos das minhas ações de construtoras aumentando. Pelo contrário, tenho visto reduzindo.

      Pra um mercado que está aquecidíssmo, é engraçado que as margens estejam decrescentes se os custos estão variando a taxas menores que as variações de preços final dos produtos vendidos pelas construtoras.

      O preço dos imóveis "tá subindo a 20% a.a." e o INCC está subindo a 7,5% em 12 meses. As margens não deveriam estar caindo. Logo, eu deveria estar ficando mais rico com a transferência de renda do aumento da lucratividade das empresas. Mas continuo "pobre e morando de aluguel", rsss.

      Engraçado como o mercado imobiliário é um mercado frankenstein então, rss.Vá entender. rss

      Excluir
    3. As margens caíram porque os preços dos terrenos subiram.

      Excluir
    4. E no caso onde as construtoras fazem parte de um grupo incorporador?

      A maioria das construtoras no Rio são de incorporadoras ou consituem consórcios incorporadores e possuem terrenos estocados desde a década de 70, principalmente na Barra da Tijuca. Isso não impediu que suas margens deteriorassem numa velocidade superior à variação do INCC. E eles compraram os terrenos a preço de mamona, não foi nem de banana. rss

      Excluir
    5. No RIo eu não sei como funciona. Mas em SP as incorporadoras compram vários terrenos, juntam e constroem. Processo longo e demorado, e o povo pede cada dia mais. Em Brasília elas compram da Terracap, cujos preços subiram alucinadamente também.

      Excluir
    6. Você trabalha na Even?

      Excluir
    7. Terreno da Terracap

      http://www.terracap.df.gov.br/internet/arquivos/0037002866.pdf

      R$ 11 milhões.

      http://www.brasal.com.br/incorporacoes/Destaques/reserva-noroeste

      14 apartamentos por andar x 6 = 84 apartamentos

      Valor do terreno por apartamento = 130.000 por apartamento

      Apto 3 quartos 130m2 x 2.000m2 de construção = 260.000

      Fração de garagens + 100m2 = 200.000

      130.000 + 260.000 + 200.000 = 590.000

      590.000 dividido por 130m2 = R$ 4.500 o metro quadrado

      Se estão pedindo R$ 10.000 por metro quadrado, há um lucro de mais de 100%.

      Bom demais né?



      Excluir
    8. No Rio é assim:

      Pegue um pântano qualquer a preço negligible, use o lobby político para cobrar todas as dívidas de gratidão que os vereadores e prefeitos da cidade possuem com construtoras e concessionárias para mudar leis ambientais e de construção. Você governo, fecha um acordo com elas pra jogar os preços nas alturas, porque aí aumenta a arrecadação via ITBI e IPTU. Joga umas areiazinhas no pântano e sai construindo células de colméia de abelha, pq aí dá pra vender pra mais gente e fazer mais lucro!!!

      Aí, constrói. Na hora de definir o preço, faz uma regra a revelia do tipo: Ah, copacabana tem 10 letras, vamos cobrar 300 reais por cada letra, esse vai ser o preço do aluguel do conjugado na ladeira dos tabajaras, pq é condizente cobrar 300 reais por letra. Adiciona mais 100 reais pq dá pra ver um morro com um fio e uma cabine que passa de um lado pro outro, e mais 100 reais por causa da estátua. Adiciona mais 100 reais também pq tem Devassa por toda ZS. E mais 100 reais pq tem turistas, mendigos e whores everywhere. Coloca mais 100 reais tb pq as novelas do Manoel Carlos são rodadas aqui no bairro ao lado, pertinho. Pronto, e aí se chega no "cálculo justo" do preço do aluguel do imóvel. Qualidade física do imóvel? HA-HA-HA Pra que isso, se as pessoas vivem é de praia e botequim informal?

      Se não é na ZS, se estão construindo na Barra da Tijuca, como chegam no preço de venda do imóvel? PQP, nome enorme!!! Dá pra definir um valor maneiro com esse nome grande, né? Mas como é longeeeee, vamos dar um "desconto" e cobrar só 500 por letra pro preço do m² ( Se fosse na ZS cobraria 700). Ih, mas vai ter copa, adiciona mais 2000 reais no m¹. Ih, mas vai ter BRT, coloca mais 500 reais. Ih, dá pra ver a unha do dedo mindinho do pé esquerdo de uma estátua religiosa, adiciona mais 500 reais no m².

      Enfim, a este ponto chegamos no mercado imobiliário do Rio. É assim que está funcionando.

      Excluir
    9. Um amigo me relatou um caso recente de incorporação no Leblon. O amigo dele tinha uma casa. A incorporadora foi lá e ofereceu para ele 2 andares em um prédio de 6 andares que ela vai construir no terreno da casa. Segundo me disse, cada apto de 160 m2 vale R$ 2.4kk na planta. E foram vendidos todos os 4 restantes (inclusive a cobertura que valia o dobro) sem qualquer propaganda.

      Excluir
    10. A detalhe: cada andar 1 apto, então o dono da casa ficou com 2, e foram vendidos os outros 4, sendo a cobertura da incorporadora foi vendido mais caro. O casa não ficava na Delfim Moreira, mas para na parte interna do Leblon, e mesmo assim acho que m2 saiu a 14k.
      É mais ou menos isso que acontece em SP.
      O problema é que muita gente que ganha 15k, 20k, 25k/mês e acha que tá ganhando bem. Sim, esta, para padrão Brasil.
      Ocorre que tem muita, mas muita gente mesmo, ganhando BEM MAIS QUE ISSO. Qualquer executivo aí de uma dessas multinacionais ganhar 70, 80k /mes foram bonificações.
      Fora juízes e desembargadores do Rio que ganham centenas de milhares de reais. Práticos que ganham isso. Enfim. 25k/mes hoje te coloca na classe média no Brasil e olhe lá.
      Zona SUl do Rio é lugar de gente RICA. E gente RICA ganha BEM MAIS QUE 25 ou 30k por mês.

      Excluir
    11. Ok Kassia...
      Então qualquer dia faça uma visitinha ao site do IBGE.
      Pesquise as faixas de renda, quantidades e porcentagens de pessoas em cada faixa de renda.
      Depois você me esclarece se tem, no seu critério, "GENTE RICA" suficiente para ocupar a Zona Sul.
      Afinal, multinacional tem em qualquer esquina né. Além disto, elas costumam contratar MUITOS executivos (porque gostam de desperdiçar dinheiro) e todos eles a mais de R$ 100.000,00.
      Vai fondo KKassia...

      Excluir
    12. Esses dados do IBGE vêm da RAIS: apenas mais uma mentirinha que as empresas contam ao governo...isso não conta todo o caixa dois, toda a economia informal, nada.
      Mas, enfim, gente acredita nesses dados...e depois acha que é bolha os preços dos imóveis....kkkkkkk

      Excluir
    13. E tem tanta gente assim que ganha 70 a 80 mil reais por mês na ZS do Rio?

      E no Setor Noroeste de Brasília, também tem tanto milionário assim?

      Será que todos juízes e milionários estão a procura de apartamentos ali?

      Excluir
    14. Tem muita gente que ganha bem mais que isso. Só não está nas estatísticas do IBGE.
      No caso da ZS do Rio, é caixa 2 do Brasil inteiro comprando imóvel lá..kkEm Brasília tem muito dinheiro de corrupção também sendo lavado no mercado imobiliário.

      Excluir
    15. Kássia, tem gente que acredita até no FIPE-ZAP, com amostras de 3 imóveis, imagine no IBGE! Então agora eu entendi, o que segura o boom (não bolha!) imobiliário na ZS do Rio é a corrupção. Antes eu havia entendido que era o "aumento de renda, demanda, etc., etc.".

      Excluir
    16. Bem previsível isto, afinal de contas servidores públicos não conseguem mais comprar os imóveis nos preços estratosféricos pedidos, sobretudo no Setor Noroeste.

      Quitinete por R$ 500.000, morar igual sardinha. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

      Excluir
    17. Impressionante que com uma renda media de 70.000/mês vemos tantos prédios na zona sul com a faixada precisando de uma reforma.

      Excluir
    18. Gente, quando foi mesmo que Copacabana virou lugar de gente RICA, que eu perdi o bonde? rs
      Os montes de cubículos caindo aos pedaços eram mais das prostitutas ou pessoas querem morar na zona sul e não têm dinheiro para o leblon.
      Conheço um bocado de gente que mora lá, e está longe de ser RICA.
      Mas elas nasceram bem antes de mim, que sorte, não?
      Eu comecei a trabalhar em 2007. Não arrumei entrada para o apartamento em 2008, então já era. Nunca mais compro imóvel por lá, a não ser que vire executiva de multinacional. É isso?
      Quem mandou não nascer em 1980?!
      Agora ou ganha 70 mil por mês e dá 1 milhão no ap cujo custo para a contrutora é de no máximo 100 mil, ou vai pra bairros abandonados da zona norte, ou gasta ao menos 1:30h pra chegar ao trabalho no centro.
      Como não acredito que isso dure eternamente, vamos juntando dinheiro...

      Excluir
  6. Ela veio para o nosso time, tá na cara, é mais uma bolhuda na net. Kassia qual é seu nick no bolhaimobiliaria.com?

    ResponderExcluir
  7. Gostaria de uma opinião sincera Kátia. Estou querendo comprar um imóvel. Em 2007 quase comprei pelo valor de 300 mil. Atualmente ele está valendo 650 mil. Tenho 360. Em 2007 tinha 280. O que acha de fazer um financiamento, tendo em vista que atualmente não consigo juntar como antes o valor atual. Talvez sua opinião ajude muitas pessoas a alcançarem seus objetivos, inclusive eu.

    Obmutom epicnírp

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Compre um apartamento bem bolhudo, vá na festa do lançamento do empreendimento, aqueles lançamentos regados a vinho e coquetéis, com palhaços para crianças, pipoca. E de preferência em prédios com 1.000 apartamentos, afinal de contas, tem play ground, spa, salão de festas, sala de massagem, space kid, space dog, space woman hair. Vários espaços, afinal de contas, no seu apartamento não caberá sequer o seu sofá. E esqueça da cama king size, porque senão você não entra no quarto. E não deixe seus filhos crescerem, pois no quarto só cabe berço. E não engorde muito, senão você não entra no banheiro, senta no vaso, e entala.

      Excluir

Observação: comentários que contenham palavras de baixo calão (palavrões) ou conteúdo ofensivo, racista, homofóbico ou de teor neonazista ou fascista (e outras aberrações do tipo) serão apagados sem prévio aviso.