quinta-feira, 21 de março de 2013

Morosidade e uso político desgastam a Petrobras

O sinal de descapitalização da Petrobrás, assim como sua desvalorização na BM&F Bovespa, vem sendo acompanhado de perto pelos diversos investidores da empresa, principalmente os de grande porte. Essa situação comprometeu o caixa da estatal e as perspectivas de novos investimentos, que atravancam seu crescimento.

Petrobras - morosidade e uso político

A sua desvalorização no mercado traz desconfiança sobre o seu potencial. O aumento do endividamento está levando as agências de avaliação a sinalizarem a redução de sua nota, o que criaria mais uma dificuldade para a busca de fontes de recursos com juros menores. Quanto maior o risco, mais caro fica o capital.


A Petrobrás, através do governo federal, seu maior acionista, vem alinhavando parcerias com a estatal chinesa Sinopec para agilizar as obras de refinarias no Maranhão e no Ceará, que tem previsão de conclusão para 2018 e que inicialmente deve produzir diesel, e não gasolina.

Outras experiências estão sendo analisadas com parceiros da China e da Coréia do Sul para expandir novas refinarias e minimizar a dependência das importações de petróleo.

Segundo a empresa, a produção de petróleo aumentará dos atuais 2 milhões de barris/dia para 3 milhões em 2016, podendo atingir 4,2 milhões de barris/dia até 2020. Com isso, alega estar cumprindo seus objetivos e já sinaliza com melhoras a partir da exploração do pré-sal. Em sete anos, a Petrobras espera mais que dobrar o volume produzido, mesmo com redução de investimentos em sondas, equipamento essencial para agilizar a retirada e processamento do óleo.

O fato é que a empresa precisa tornar-se independente para que consiga tomar medidas mais eficazes em prol da manutenção do negócio e da busca pelo crescimento de forma responsável. O governo já vem demonstrando dificuldades na gestão de diversos setores e organizações. Temos acompanhado diversas áreas em a parceria público-privada agiliza e melhora a gestão, mas isso não se aplica à Petrobras.

Uma gestão mais ágil evitaria desvios de interesses como o uso politico para garantir metas do governo. E aqui lembro novamente, dada a sua gravidade, do não repasse do aumento do valor das importações para os combústiveis. Há ainda o escândalo envolvendo o ex-presidente da estatal com a compra da empresa Pasadena Refining System, onde a Petrobrás investiu cerca de US$ 1,2 bilhões, para em seguida vendê-la por US$ 180 milhões ao grupo Valero. Não houve até o momento uma justificativa para tal prejuízo, que afetou o resultado e gerou desconfiança de que outras situações desse tipo podem ocorrer futuramente.

O governo precisa cumprir seu papel social em áreas como habitação, transporte, saúde, segurança e educação, e não ser proprietário de empresas. Além da morosidade para a tomada de decisões, as estatais sofrem, como disse, com o uso politico para garantir ao governo as metas relacionadas ao PIB, superávit primário e ao controle inflacionário.

Por: Reginaldo Gonçalves - coordenador do curso de Ciências Contáveis da Faculdade Santa Marcelina

3 comentários:

  1. Muito boa a análise postada, mas aposto que não vai ter muitos comentários, porque o interesse em geral é comentar a suposta bolha imobiliária e queda iminente de 80% no valor dos imóveis.

    ResponderExcluir
  2. Petrobas da licao de como investir bem, com esta compra nos EUA!!

    Imagino que o MP esta investigando isso ai! Alguem vai ser responsabilizado?

    ResponderExcluir
  3. Concordo com o texto como um todo.

    Só gostaria de sinalizar que sonda não é equipamento e sim uma plataforma de perfuração. E ela não agilizar o processo, ele é totalmente necessária

    []s!

    ResponderExcluir

Observação: comentários que contenham palavras de baixo calão (palavrões) ou conteúdo ofensivo, racista, homofóbico ou de teor neonazista ou fascista (e outras aberrações do tipo) serão apagados sem prévio aviso.

alert('Olá prazer em conhecê-lo!'); alert('Olá ' + comment.authorUrl + ', prazer em conhecê-lo!');