sábado, 17 de novembro de 2018

Roberto Campos no BC: uma nomeação cheia de simbolismo

O economista Roberto Campos Neto aceitou um convite para se tornar o chefe do banco central do Brasil sob o governo do novo presidente, Jair Bolsonaro, e do futuro ministro da economia da nação, Paulo Guedes.

Roberto Campos e Roberto Campos Neto - criador e novo presidente do BC
Roberto Campos e Roberto Campos Neto - criador e novo presidente do BC
Campos Neto tem pós-graduação pela UCLA em Los Angeles e uma carreira de quase 18 anos no Santander, interrompida por um curto período em uma empresa de gestão de fundos hedge. Ou seja, tem credenciais acadêmicas para ser presidente do BC, mas o que define essa nomeação é o fato de que Roberto Campos Neto é neto de Roberto Campos (1917-2001), um dos mais importantes economistas liberais do Brasil, e com quem teve uma relação próxima.


Roberto Campos foi ministro do Planejamento durante a administração do General Castello Branco. Ele também negociou a dívida externa brasileira e, incidentalmente, foi um dos primeiros proponentes da autonomia do Banco Central como forma de evitar a interferência política.

O avô do novo presidente do BC foi o principal intelectual do pensamento liberal brasileiro, e cultuado entre os adeptos dessa ideologia econômica, de modo que a nomeação de Campos Neto é muito mais simbólica do que técnica, já que haveria no mercado brasileiro economistas até mais velhos (Campos Neto tem apenas 49 anos), experientes e com até mais bagagem acadêmica.

Mas, sem dúvida alguma, ter um Roberto Campos como presidente do Banco Central do Brasil é extremamente simbólico. E política é feita de simbolismos.

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